Depois de encontrarmos objetos que tivessem a ver com nossas
características, foi feita uma dinâmica em que cada aluno apresentou o seu e o
ligou a mais dois. Ocorreu que muitos alunos utilizaram uma lógica finalística
e causalística tanto para apresentar seus objetos quanto para liga-lo aos
outros. O meu é o da figura, um cubo de acrílico com um globo terrestre dentro.
Acredito que fiz parte deste grupo de alunos que seguiu uma lógica simples e
linear ao associar uma característica minha de curiosidade quanto ao mundo a
algo tão obvio como o globo terrestre. Teria tido uma lógica mais complexa se,
por exemplo, tivesse associado essa minha característica a um canetão de quadro,
que professores usam pra nos ensinar e nos mostrar um mundo completamente novo.
Outra visão muito linear e óbvia que
tive na dinâmica foi a de associar meu objeto à Torre Eiffel que representa uma
vontade de conhecer outros lugares, assim como o globo. Quando liguei meu cubo
de acrílico ao xale de vestir preto com transparência também segui uma lógica linear,
pois associei a transparência do cubo à do xale. Também na minha rede, a
bolinha de ping-pong se ligou ao meu cubo. Acredito que o teor causalístico e
finalístico na rede de objetos se dá pela previsibilidade das ligações entre
eles, isso acontece pela lógica simples e linear utilizada pelos alunos ao
ligar objetos por suas características semelhantes ou por sua vontade de ter a
característica observada no outro. Para Flusser: “O conceito fundamental da
visão programática é, portanto, o acaso.” Então, de acordo com a programática
de Flusser, nossa rede de objetos foi muito mais finalística e causalística que
programática.
Alice Bottaro, 20 de março de 2016.
Alice Bottaro, 20 de março de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário